Farofa de tição não é apenas um prato é uma cultura. A cultura dos pequenos que sabem encontrar saída frente ás adversidades da existência. É a cultura da vida frente as constantes ameaças de morte. A farofa de tição sofre, mas vence sempre. É uma panela. É uma roda. É uma colher de açúcar, de farinha, de café, um chá, um cozinhado de feijão. É o caderno do
bodegueiro até a safra chegar, ou a feira do fim de semana. É a pesca do paturá do rio potengí, ou no salgado de Barreiros. É o foguetão no patamar da igreja na hora que a criança nasce, é o repicar dos sinos na hora da morte e do funeral do cristão. É a reza e o balão das noites de maio.

PE. Antônio Murilo de Paiva é sacerdote da arquidiocese de Natal. Ordenado sacerdote em 30 de novembro de 1985. No período 1986-1998 assumiu a paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Macau. Fundou em 1986 a comissão de justiça e paz- CJP-Macau. Desde 1978 é assessor da pastoral da juventude do meio popular, pastoral da qual participou da fundação
da arquidiocese de Natal, presidente dos conselhos dos direitos da criança e Adolescente de parnamirim- COMDICA e do Rio Grande do Norte-CONSEC, capelão dos mártires de Cunhaú Uruaçu e do ABC F.C Assessor internacional do movimento da chama do amor desde 2005, seu ministério sacerdotal é pautado na luta com os pobres partir da militância que nasce da fé e se concretizar na política, no movimento popular e sincicial, nas organizações desportivas e culturais afim que a justiça, a fraternidade e a paz seja experimentada. Já publicou os seguintes livros: Vidas Reais 1984, Cantos da Aurora 1995, Como Fazer Retiros 1997, Bendito Teu Ventre 1998 Montanha Luminosa 1999, Bem Ti Vis e Gaviões 2011, Terceira Faze da Moeda 2003.