O Professor Neroaldo Pontes traçou um panorama da trajetória intelectual de Câmara Cascudo, enfatizando a presença do movimento modernista na sua obra e salientando que Cascudo não se filiou, de forma definitiva, a nenhuma escola literária, como ele mesmo afirma no prefácio da 2ª edição do Dicionário do Folclore Brasileiro: Guardo a independência tranqüila, anônima e obstinada de não amarrar os olhos aos calcanhares de nenhuma entidade solar.

 

O Professor Humberto Hermenegildo abordou o tema do seu pós-doutorado: a correspondência trocada entre Câmara Cascudo e Joaquim Inojosa, um dos líderes do modernismo em Pernambuco. Humberto estudou mais de 60 correspondências trocadas entre os dois intelectuais nordestinos, que se encontram na Fundação Casa Rui Barbosa no Rio de Janeiro e no Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo em Natal. O estudo da correspondência abrangeu dois períodos do século XX: os anos 20 e os anos finais da década de 60 a 80.

 

O Professor José Luiz Ferreira analisou o poema cascudiano Não gosto de sertão verde e demonstrou como a temática sertaneja está presente na obra do Mestre Potiguar, como se nota em Vaqueiros e Cantadores, Viajando o sertão, Literatura oral no Brasil, Tradições da Pecuária Nordestina, entre outros. José Luiz fez um interessante paralelo de convergência entre o poema citado de Cascudo e o poema O Cacto de Manuel Bandeira, mostrando as similaridades existentes entre os dois textos.

 

A Professora Suely Costa, por sua vez, deteve-se na análise do poema cascudiano Banzo, publicado originalmente na Revista de Antropofagia na década de 20. Suely afirmou a preocupação do autor em salientar as características da raça negra, enfatizando seus aspectos positivos, numa época onde a discriminação racial ainda era uma constante.

 

A FLIPIPA, realização Projeto Nação Potiguar – Fundação Hélio Galvão, estende-se até o próximo dia 24 de novembro e sua programação pode ser conferida no site www.flipipa.org.